Trofa e Santo Tirso
A questão da urbanização difusa
31 OUT | SÁB.: 14:00h
Arq. António Charro e Arq. Conceição Melo
O povoamento do médio Ave caracteriza-se fundamentalmente por uma ocupação muito dispersa, tendo como suporte a rede de estradas e caminhos públicos. Esta dispersão, com origens ancestrais, intensificou-se ao longo do século XX, com a fixação dispersa de indústrias, que favoreceram o desenvolvimento de um modelo de economia familiar, assente no triângulo campo/casa/trabalho, que se reflete espacialmente no território. Domina a tipologia habitacional unifamiliar, em detrimento de tipologias multifamiliares, que caraterizam os sistemas urbanos concentrados, que permite a utilização de logradouros e campos próximos para agricultura de subsistência e que constitui ainda ainda uma reserva para alojar outras atividades, em anexos ou em parte da construção principal, que garantem o emprego e complementam a economia familiar. Esta dispersão, apesar de intimamente ligada a um sistema socio-económico, que tem de alguma forma suportado a grave situação de desemprego que se vive no país e na região, tem custos incomportáveis na infraestruturação e gestão urbana, destacando-se os relacionados com as infraestruturas de saneamento básico, energia e transportes públicos.
É na segunda geração de PDM’s que se tenta inverter esta tendência, contrariando a expansão desqualificada, através do reforço das centralidades existentes e emergentes, tornando-as referenciais espaciais e funcionais da vivência urbana, aglutinadoras do povoamento. Para este desígnio concorrem ainda, nos últimos anos, a quebra acentuada do sector da construção e alguns instrumentos de política pública, que apesar de parcos estão hoje quase exclusivamente vocacionados para a regeneração urbana e qualificação ambiental.
Na visita que vamos fazer no próximo dia 31/10, teremos oportunidade de “ler” e discutir este território, subindo a pontos altos e percorrendo a sinuosa rede de caminhos e estradas, que permitem observar estratos, que correspondem a desenvolvimentos temporalmente distintos e que coexistem na atualidade: assentamentos agrícolas, áreas florestais de utilização intensiva, grandes contentores industriais, operações de loteamento urbano e industrial e intervenções cirúrgicas de grande potencial regenerador.
14.00 – Partida da Fábrica de Santo Thyrso
14.15 – Interface da Trofa – Início da visita
14.45 – São Gens de Cidai
Regresso por Alvarelhos, EN14 e EN104
15.45 – Monte da Sr.ª da Assunção
Descida por São Tomé, Roriz e Vila do Campo
16.30 – Vila das Aves – Centro Cívico
17.30 – Fábrica de Santo Thyrso
Nota: Os participantes podem juntar-se à visita na Fábrica de Santo Thyrso, onde poderão deixar o automóvel ou chegar de combóio (estação de Santo Tirso, nas imediações da Fábrica), ou no Interface da Trofa, onde efectivamente terá INÍCIO o percurso da visita. Um autocarro fará essa ligação. O regresso será feito apenas desde Santo Tirso (não se fará a ligação à Trofa).
António Luís Charro (Santo Tirso, 1971)
Licenciado em Arquitetura pela Escola Superior Artística do Porto ESAP (1989-1995). Curso de Gestão Pública em Administração Local concluído em setembro de 2013.
Entre 1996 e 2000, desenvolve, em regime de profissional liberal e empresário, diversos projetos na área da habitação (unifamiliar e multifamiliar), equipamentos sociais e escolares, indústria, reabilitação de comércio e serviços. Em 1999 inicia, em regime de assessoria, uma estreita colaboração com o Município da Trofa para a área do Urbanismo, Planeamento e Ordenamento do Território. Em 2001 integra os quadros de nomeação definitiva do Município da Trofa, na carreira de técnico superior de Arquitetura.
Entre novembro de 2003 e maio de 2014 assume as funções de Chefe de Divisão de Planeamento e Urbanismo. Durante o desempenho destas funções foi responsável pela coordenação dos procedimentos relativos à elaboração do PDM da Trofa (fevereiro de 2013), do PP da Zona Industrial e da Área de Localização Empresarial da Trofa (agosto2008) e do Plano Rodoviário Municipal.
Foi responsável técnico pelo acompanhamento, em fase de projeto e obra, da Variante à Linha do Minho na Trofa (REFER) e também pelo acompanhamento em fase de projeto pelo Prolongamento da linha C à Trofa (Metro do Porto) e da Variante à EN 14 entre Maia e Famalicão (IP – Infraestruturas de Portugal).
Coordenação e Direção dos projetos de Requalificação Urbana dos Parques de Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro e do Projeto de Requalificação das Margens Ribeirinhas do Rio Ave – Parque das Azenhas, que se encontram em fase de conclusão.
É desde junho de 2014 Diretor de Departamento de Administração do Território do Município da Trofa.
Maria da Conceição Melo (1958)
Natural da Maia, concluiu em 1984 o curso de arquitetura na Escola de Belas Artes do Porto. Foi aluna de Fernando Távora e Álvaro Siza e de outros arquitetos que, na década de 1980, fundaram os princípios pedagógicos de ensino da disciplina do que se tornaria na Escola do Porto.
Exerce a sua prática profissional em torno do ordenamento do território e do planeamento urbano, concluindo em 1998 o mestrado nessa área nas Faculdades de Arquitetura e Engenharia da Universidade do Porto.
É trabalhadora da administração local, exercendo a sua atividade, desde 1984, na Câmara Municipal de Santo Tirso, onde, a partir 1986, exerce cargos de chefia na área do planeamento estratégico, ordenamento do território e planeamento urbanístico.
Escreve e apresenta comunicações de âmbito disciplinar em seminários, congressos e escolas.
Foi professora convidada da Escola de Arquitetura da Universidade do Minho, onde leccionou o 5º ano do curso de mestrado integrado em arquitetura, nos anos lectivos de 2009/2010 e 2010/2011.
Na profissão liberal, colaborou, até 2014, com João Álvaro Rocha em vários projetos e planos.
Em 2005 funda, com Cristina Silva e João Paulo Correia, a empresa Cultour, organização de percursos criativos, que tem como objecto a divulgação da arquitetura contemporânea portuguesa.
31 OUT | SÁB.: 14:00h
Arq. António Charro e Arq. Conceição Melo
O povoamento do médio Ave caracteriza-se fundamentalmente por uma ocupação muito dispersa, tendo como suporte a rede de estradas e caminhos públicos. Esta dispersão, com origens ancestrais, intensificou-se ao longo do século XX, com a fixação dispersa de indústrias, que favoreceram o desenvolvimento de um modelo de economia familiar, assente no triângulo campo/casa/trabalho, que se reflete espacialmente no território. Domina a tipologia habitacional unifamiliar, em detrimento de tipologias multifamiliares, que caraterizam os sistemas urbanos concentrados, que permite a utilização de logradouros e campos próximos para agricultura de subsistência e que constitui ainda ainda uma reserva para alojar outras atividades, em anexos ou em parte da construção principal, que garantem o emprego e complementam a economia familiar. Esta dispersão, apesar de intimamente ligada a um sistema socio-económico, que tem de alguma forma suportado a grave situação de desemprego que se vive no país e na região, tem custos incomportáveis na infraestruturação e gestão urbana, destacando-se os relacionados com as infraestruturas de saneamento básico, energia e transportes públicos.
É na segunda geração de PDM’s que se tenta inverter esta tendência, contrariando a expansão desqualificada, através do reforço das centralidades existentes e emergentes, tornando-as referenciais espaciais e funcionais da vivência urbana, aglutinadoras do povoamento. Para este desígnio concorrem ainda, nos últimos anos, a quebra acentuada do sector da construção e alguns instrumentos de política pública, que apesar de parcos estão hoje quase exclusivamente vocacionados para a regeneração urbana e qualificação ambiental.
Na visita que vamos fazer no próximo dia 31/10, teremos oportunidade de “ler” e discutir este território, subindo a pontos altos e percorrendo a sinuosa rede de caminhos e estradas, que permitem observar estratos, que correspondem a desenvolvimentos temporalmente distintos e que coexistem na atualidade: assentamentos agrícolas, áreas florestais de utilização intensiva, grandes contentores industriais, operações de loteamento urbano e industrial e intervenções cirúrgicas de grande potencial regenerador.
14.00 – Partida da Fábrica de Santo Thyrso
14.15 – Interface da Trofa – Início da visita
14.45 – São Gens de Cidai
Regresso por Alvarelhos, EN14 e EN104
15.45 – Monte da Sr.ª da Assunção
Descida por São Tomé, Roriz e Vila do Campo
16.30 – Vila das Aves – Centro Cívico
17.30 – Fábrica de Santo Thyrso
Nota: Os participantes podem juntar-se à visita na Fábrica de Santo Thyrso, onde poderão deixar o automóvel ou chegar de combóio (estação de Santo Tirso, nas imediações da Fábrica), ou no Interface da Trofa, onde efectivamente terá INÍCIO o percurso da visita. Um autocarro fará essa ligação. O regresso será feito apenas desde Santo Tirso (não se fará a ligação à Trofa).
António Luís Charro (Santo Tirso, 1971)
Licenciado em Arquitetura pela Escola Superior Artística do Porto ESAP (1989-1995). Curso de Gestão Pública em Administração Local concluído em setembro de 2013.
Entre 1996 e 2000, desenvolve, em regime de profissional liberal e empresário, diversos projetos na área da habitação (unifamiliar e multifamiliar), equipamentos sociais e escolares, indústria, reabilitação de comércio e serviços. Em 1999 inicia, em regime de assessoria, uma estreita colaboração com o Município da Trofa para a área do Urbanismo, Planeamento e Ordenamento do Território. Em 2001 integra os quadros de nomeação definitiva do Município da Trofa, na carreira de técnico superior de Arquitetura.
Entre novembro de 2003 e maio de 2014 assume as funções de Chefe de Divisão de Planeamento e Urbanismo. Durante o desempenho destas funções foi responsável pela coordenação dos procedimentos relativos à elaboração do PDM da Trofa (fevereiro de 2013), do PP da Zona Industrial e da Área de Localização Empresarial da Trofa (agosto2008) e do Plano Rodoviário Municipal.
Foi responsável técnico pelo acompanhamento, em fase de projeto e obra, da Variante à Linha do Minho na Trofa (REFER) e também pelo acompanhamento em fase de projeto pelo Prolongamento da linha C à Trofa (Metro do Porto) e da Variante à EN 14 entre Maia e Famalicão (IP – Infraestruturas de Portugal).
Coordenação e Direção dos projetos de Requalificação Urbana dos Parques de Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro e do Projeto de Requalificação das Margens Ribeirinhas do Rio Ave – Parque das Azenhas, que se encontram em fase de conclusão.
É desde junho de 2014 Diretor de Departamento de Administração do Território do Município da Trofa.
Maria da Conceição Melo (1958)
Natural da Maia, concluiu em 1984 o curso de arquitetura na Escola de Belas Artes do Porto. Foi aluna de Fernando Távora e Álvaro Siza e de outros arquitetos que, na década de 1980, fundaram os princípios pedagógicos de ensino da disciplina do que se tornaria na Escola do Porto.
Exerce a sua prática profissional em torno do ordenamento do território e do planeamento urbano, concluindo em 1998 o mestrado nessa área nas Faculdades de Arquitetura e Engenharia da Universidade do Porto.
É trabalhadora da administração local, exercendo a sua atividade, desde 1984, na Câmara Municipal de Santo Tirso, onde, a partir 1986, exerce cargos de chefia na área do planeamento estratégico, ordenamento do território e planeamento urbanístico.
Escreve e apresenta comunicações de âmbito disciplinar em seminários, congressos e escolas.
Foi professora convidada da Escola de Arquitetura da Universidade do Minho, onde leccionou o 5º ano do curso de mestrado integrado em arquitetura, nos anos lectivos de 2009/2010 e 2010/2011.
Na profissão liberal, colaborou, até 2014, com João Álvaro Rocha em vários projetos e planos.
Em 2005 funda, com Cristina Silva e João Paulo Correia, a empresa Cultour, organização de percursos criativos, que tem como objecto a divulgação da arquitetura contemporânea portuguesa.
foto de Sara Sucena